07 de janeiro de 2013
(Lígia Fleury*)
Ano novo, realidade nem tão nova.
Ano novo, calendário novo, comemorações nem tão novas.
Dia 7 de janeiro, Dia do Leitor.
Iniciamos um novo ano comemorando algo produtivo, algo que educa, que faz a diferença em nossas vidas.
Mas como tudo, esse tema merece reflexão, cuidados com o seu significado e sentido.
Ser leitor é ter a competência leitora e isso implica em dominar habilidades de identificar o assunto, relacioná-lo com seus conhecimentos prévios, classificá-lo pelo sentido, interpretar as mensagens explícitas e implícitas, compreender a mensagem principal do texto e ser capaz de transferir os conhecimentos desse texto para o cotidiano. Não é pouco e apenas com o uso conjunto dessas habilidades é possível realmente compreender o que se lê, com a interpretação devida, que leve a uma reflexão.
Esse é o ponto! Além de termos os analfabetos que são consequência do descaso de nosso processo político educacional, temos os analfabetos funcionais que são os que decodificam os símbolos, as letras, mas não as compreendem em um texto.
Prefiro acreditar que a situação política do Brasil de hoje, um país em que, apesar do esforço e dedicação das exceções que habitam a alta cúpula do judiciário é fruto, também, desses analfabetos funcionais, que não são bons leitores.
Como podem votar na corrupção? Como não saber o que está acontecendo se está nos jornais, na TV, nas rádios? Como não entender que certos políticos são corruptos e não podem ser reeleitos?
É aí que entra a expressão: "Quer que eu desenhe?"
Vamos cuidar dos nossos leitores! Vamos investir para que compreendam e interpretem palavras e textos de qualquer ordem, sejam eles escritos, orais ou traduzidos pelas diferentes artes como pintura, dramatização, música, expressão cultural por meio de danças e jogos corporais, enfim, vamos investir nos leitores para que deem significado ao que leem.
É apresentando aos leitores infantis textos que incentivam a fantasia, a imaginação, que podemos propiciar-lhes o gosto pela leitura, incentivando-os ao desenvolvimento desse hábito.
Essa é a possibilidade real para que, interessados pela leitura, possam tornar-se jovens e adultos capazes de compreender textos e interpretá-los, utilizando os próprios recursos cognitivos para significar a leitura.
Com isso, talvez seja possível um país melhor, com menos corrupção, mais justiça e, quem sabe, mais consciência eleitoral.
Comemoremos o Dia do Leitor com bons livros!
*Psicopedagoga