Arte na
Pré-História
Arte na
Mesopotâmia
Arte no
Egito
Arte
na Grécia
Arte
em Roma
Arte
Cristã Primitiva
Arte
Bizantina
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Pré-História
Um dos
períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-história. Esse período não
foi registrado por documentos escritos, pois é exatamente a época anterior à
escrita.
As primeiras expressões da arte eram muito simples,
consistiam em traços feitos nas paredes das cavernas. Muito tempo depois é que
os artistas pré-históricos começaram a desenhar e pintar animais.
Pintavam os seres, um animal por exemplo, do modo como o via
de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista a
captava.
São
inevitáveis as perguntas sobre os motivos que levaram o homem a fazer essas
pinturas. A explicação mais aceita é que fazia parte de um processo de magia e
que de alguma maneira eles procuravam interferir na captura do animal
desenhado, o pintor paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que
possuísse a sua imagem. A produção do homem pré-histórico, pelo menos a que foi
encontrada e conservada, é representada por objetos em grande parte portadores
de uma utilidade, seja ela doméstica ou religiosa: ferramentas, armas ou
figuras com uma simbologia específica. No entanto, seu estudo e a comparação
entre elas permitiram constatar que já existiam então noções de técnica, habilidade
e desenho, embora não se possa separar o conceito de arte, em praticamente
nenhum caso, dos conceitos de funcionalidade e religião.
Os artistas
do Paleolítico Superior realizaram também esculturas. Mas, tanto na pintura
quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas.
O homem do
Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmica e
construiu as primeiras moradias. todas essas conquistas tiveram um forte
reflexo na arte. A conseqüência imediata foi o abandono do estilo naturalista e
o surgimento de um estilo geometrizante, vamos encontrar figuras que mais
sugerem do que reproduzem os seres. Começaram as representações da vida
coletiva, a preocupação com o movimento fez com que as figuras ficassem cada
vez mais leves e ágeis. Desses desenhos surge a primeira forma de escrita, que
consiste em representar seres e idéias pelo desenho. São também desse período
as construções denominadas dolmens, duas ou mais pedras grandes fincadas
verticalmente no chão, como se fossem paredes, e em uma grande pedra colocada
horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. A explicação sobre essas
construções ainda não foram suficientemente esclarecidas pela História e pela
Antropologia
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Mesopotâmia
A arquitetura
da Mesopotâmia empregou nos seus estágios iniciais tijolos de barro cozido,
maleáveis, mas pouco resistentes, o que explica o alto grau de desgaste das
construções encontradas. As obras mais representativas da construção na
Mesopotâmia - os zigurates ou templos em forma de torre - são da época dos
primeiros povos sumérios e sua forma foi mantida sem alteração pelos assírios.
Na realidade, tratava-se de edificações superpostas que formavam um tipo de
pirâmide de faces escalonadas, dividida em várias câmaras. O zigurate da cidade
de Ur é um dos que se conservaram em melhor estado, graças a Nabucodonosor II,
que ordenou sua reconstrução depois que os acádios o destruíram. O templo
consistia em sete pavimentos e o santuário ficava no terraço. Acredita-se que
na reconstrução tentou-se copiar a famosa Torre de Babel, hoje destruída. O
acesso ao último pavimento era feito por escadarias intermináveis e estreitas
que rodeavam os muros. O templo era dedicado ao deus Nannar e à esposa do rei
Nabucodonosor, Ningal.
A arquitetura monumental aquemênida retomou as formas
babilônicas e assírias com a monumentalidade egípcia e o dinamismo grego. Os
primeiros palácios de Pasárgada, de Ciro, o Grande (559 a.C. - 530 a.C.),
possuíam salas de fileira dupla de colunas acaneladas com capitéis em forma de
cabeça de touro, de influência jônica.
Para centralizar o poder, Dario (522 a.C. - 486 a.C.)
transformou Susa e Persépolis respectivamente em capitais administrativa e
religiosa. Seus palácios, obras do renascimento oriental, foram as últimas
testemunhas da arquitetura oriental antiga.
No que se refere às tumbas, os monarcas aquemênidas, que não
seguiram a tradição zoroástrica de expor seus cadáveres às aves de rapina,
mandavam escavar suntuosos monumentos funerários nas rochas de montanhas
sagradas. Uma das tumbas mais conhecidas é a de Dario I, na encosta do monte
Hussein-Kuh. Sua fachada imita o portal de um palácio e é coroada com o disco
do deus Ahura Mazda. Este foi o modelo seguido posteriormente nas necrópoles.
As primeiras esculturas descobertas na Mesopotâmia datam de 5000 a.C. e são em
sua maioria figuras que lembram muito as Vênus pré-históricas encontradas no
restante da Europa. No milênio seguinte reflete-se uma estilização das formas
tendentes ao naturalismo e são encontradas peças de mármore, tais como bustos,
estelascomemorativas e relevos. A mais importante é a estelas encontrada em
Langash, não apenas por ser considerada a mais antiga do mundo, como também
porque é nela que aparece pela primeira vez a representação de uma batalha. As
estátuas mais características são figuras de homem ou mulher em pé, chamadas de
oradores, trajados com túnicas amplas, com as mãos postas na altura do peito,
sendo o rosto a parte mais chamativa do conjunto, devido ao superdimensionamento
dos olhos, normalmente elaborados com incrustações de pedra. Quanto aos
relevos, sua importância é indubitavelmente fundamental para a compreensão da
história, da iconografia religiosa e do cerimonial dos povos mesopotâmicos.
Existiam vários tipos, entre eles os esculpidos em pedra e
os realizados sobre ladrilhos esmaltados, como é o caso dos poucos restos
encontrados da famosa "Porta dos Deuses" (o que, na verdade,
significa Babilônia) e os de argila. Dependendo do povoado e da cidade, os temas
e os estilos variavam: durante as dinastias acádia e persa, a temática era a
narração da vitória dos reis, enquanto na época dos babilônios a preferência
era pelas representações das divindades ou das tarefas cotidianas do povo.
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A Arte no Egito
A arte
egípcia estava intimamente ligada à religião, por isso era bastante
padronizada, não dando margens à criatividade ou à imaginação pessoal, pois a
obra devia revelar um perfeito domínio das técnicas e não o estilo do artista.
A arte
egípcia caracteriza-se pela representação da figura humana sempre com o tronco
desenhado de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés são colocados de
perfil. O convencionalismo e o conservadorismo das técnicas de criação voltaram
a produzir esculturas e retratos estereotipados que representam a aparência
ideal dos seres, principalmente dos reis, e não seu aspecto real.
Após a morte de Ramsés II, o poder real tornou-se muito
fraco. O Egito foi invadido sucessivamente pelos etíopes, persas, gregos e,
finalmente, pelos romanos. A sua arte, que influenciada pela dos povos
invasores, vai perdendo sua características.
A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo,
uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura. Entretanto, é preciso
esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos
evoluíram muito pouco de um período para outro. Contudo, eles se mantiveram
sempre dentro do mesmo naturalismo original. Os temas eram normalmente
representações da vida cotidiana e de batalhas, quando não de lendas religiosas
ou de motivos de natureza escatológica.
As figuras típicas dos murais egípcios, de perfil mas com os
braços e o corpo de frente, são produto da utilização da perspectiva da
aparência. Os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na
sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se
observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a
posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados
de frente. Essa estética manteve-se até meados do império novo, manifestando-se
depois a preferência pela representação frontal. Um capítulo à parte na arte
egípcia é representado pela escrita. Um sistema de mais de 600 símbolos
gráficos, denominados hieróglifos, desenvolveu-se a partir do ano 3300 a.C. e
seu estudo e fixação foi tarefa dos escribas. O suporte dos escritos era um
papel fabricado com base na planta do papiro. A escrita e a pintura estavam
estreitamente vinculadas por sua função religiosa. As pinturas murais dos
hipogeus e as pirâmides eram acompanhadas de textos e fórmulas mágicas
dirigidas às divindades e aos mortos.
É curioso observar que a evolução da escrita em hieróglifos
mais simples, a chamada escrita hierática, determinou na pintura uma evolução
semelhante, traduzida em um processo de abstração. Essas obras menos
naturalistas, pela sua correspondência estilística com a escrita, foram
chamadas, por sua vez, de Pinturas Hieráticas. Do império antigo conservam-se
as famosas pinturas Ocas de Meidun e do império novo merecem menção os murais
da tumba da rainha Nefertari, no Vale das Rainhas, em Tebas.
A pirâmide foi criada durante a dinastia III, pelo arquiteto
Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início as tumbas
egípcias tinham a forma de pequenas caixas; eram feitas de barro, recebendo o
nome de mastabas (banco). Foi desse arquiteto a idéia de superpor as mastabas,
dando-lhes a forma de pirâmide. Também se deve a Imhotep a substituição do
barro pela pedra, o que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a
conservação do corpo do morto. As primeiras pirâmides foram as do rei Djeser, e
elas eram escalonadas. As mais célebres do mundo pertencem com certeza à
dinastia IV e se encontram em Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, cujas faces
são completamente lisas. A regularidade de certas pirâmides deve-se
aparentemente à utilização de um número áureo, que muito poucos arquitetos
conheciam. Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas
rochas, dedicados a várias divindades ou a uma em particular. Normalmente eram
divididos em duas ou três câmaras: a primeira para os profanos; a segunda para
o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada a esses
templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges.
Quanto à arquitetura civil e palaciana, as ruínas existentes não permitem
recolher muita informação a esse respeito.
A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando
sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária
principalmente religiosa. A representação de um faraó ou um nobre era o
substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo
mumificado. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado
pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo. Com o passar do
tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando. As estatuetas
de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de
objetos no ritual funerário. Já a estatuária monumental de templos e palácios
surgiu a partir da dinastia XVIII, como parte da nova arquitetura imperial, de
caráter representativo. Paulatinamente, as formas foram se complicando e
passaram do realismo ideal para o amaneiramento completo. Com os reis
ptolemaicos, a grande influência da Grécia revelou-se na
pureza das formas e no aperfeiçoamento das técnicas. A
princípio, o retrato tridimensional foi privilégio de faraós e sacerdotes. Com
o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas. Dos
retratos reais mais populares merecem menção os dois bustos da rainha
Nefertite, que, de acordo com eles, é considerada uma das mulheres mais belas
da história universal. Ambos são de autoria de um dos poucos artistas egípcios
conhecidos, o escultor Thutmosis, e encontram-se hoje nos museus do Cairo e de
Berlim. Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria, cuja maestria e
beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes
egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias
sempre tinham uma função específica (talismãs), a exemplo dos objetos
elaborados para os templos e as tumbas. Os ourives também colaboraram na decoração
de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados
contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.
A Arte Grega
Dos povos da
antiguidade, os que apresentaram uma
produção cultural mais livre
foram os gregos, que valorizaram
especialmente as ações humanas, na certeza de que o homem era a criatura
mais importante do universo. Assim, o conhecimento, através da razão, esteve
sempre acima da fé em divindades. Enquanto os egípcios procuravam fazer uma
figura realista de um homem, o escultor grego acreditava que uma estátua que
representasse um homem não deveria ser apenas semelhante a um homem, mas também
um objeto belo em si mesmo.Seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e
justos, que dedicavam ao bem estar do povo e a democracia.
Podem-se distinguir quatro grandes períodos na evolução da
arte grega: o geométrico (séculos IX e VIII a.C.), o arcaico (VII e VI a.C.), o
clássico (V e IV a.C.) e o helenístico (do século III ao I a.C.). No chamado
período geométrico, a arte se restringiu à decoração de variados utensílios e
ânforas. Esses objetos eram pintados com motivos circulares e semicirculares,
dispostos simetricamente. A técnica aplicada nesse trabalho foi herdada das
culturas cretense e micênica. Passado muito tempo, a partir do século VII a.C.,
durante o denominado período arcaico, a arquitetura e a escultura
experimentaram um notável desenvolvimento graças à influência dessas e outras culturas
mediterrâneas.Também pesaram o estudo e a medição do antigo megaron, sala
central dos palácios de Micenas a partir da qual concretizaram os estilos
arquitetônicos do que seria o tradicional templo grego. Entre os séculos V e IV
a.C., a arte grega consolida suas formas definitivas. Na escultura, somou-se ao
naturalismo e à proporção das figuras o conceito de dinamismo refletido nas
estátuas de atletas como o Discóbolo de Miron e o Doríforo de Policleto. Na
arquitetura, em contrapartida, o aperfeiçoamento da óptica (perspectiva) e a
fusão equilibrada do estilo jônico e dórico trouxe como resultado o Partenon de
Atenas, modelo clássico por excelência da arquitetura dessa época. No século
III, durante o período helenístico, a culturagrega se difunde, principalmente
graças às conquistas e expansão de Alexandre Magno, por toda a bacia do
Mediterrâneo e Ásia Menor.
A pintura
grega encontrou uma forma de realização na arte da cerâmica, os vasos gregos
são conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia
entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação.No começo,
os desenhos eram simplesmente formas geométricas elementares - de onde se
originou a denominação de geométrico conferida a esse primeiro período (séculos
IX e VIII a.C.) - que mal se destacavam na superfície. Com o passar do tempo,
elas foram gradativamente se enriquecendo, até adquirir volume. Surgiram então
os primeiros
desenhos de plantas e animais guarnecidos por adornos
chamados de meandros. Numa etapa próxima, já no período arcaico (séculos VII e
VI a.C.), começou a ser incluída nos desenhos a figura humana, que apresentava
um grafismo muito estilizado. E, com o aparecimento de novas tendências
naturalistas, ela passou a ser cada vez mais utilizada nas
representações mitológicas, o que veio a aumentar sua importância.As cenas eram
apresentadas em faixas horizontais paralelas que podiam ser visualizadas ao se
girar a peça de cerâmica. Com a substituição do cinzel pelo pincel, os traçados
se tornaram mais precisos e ricos em detalhes. As peças de cerâmica pintadas
começam a experimentar uma perceptível decadência durante o classicismo
(séculos IV e V a.C.). No entanto, passado um bom tempo, elas acabaram
ressurgindo triunfantes no período helenístico (século III), totalmente
renovadas, cheias de cor e ricamente decoradas.
As primeiras esculturas gregas (século IX a.C.) não passavam
de pequenas figuras humanas feitas de materiais muito brandos e fáceis de
manipular, como a argila, o marfim ou a cera. Essa condição só se alterou no
período arcaico (séculos VII e VI a.C.), quando os gregos começaram a trabalhar
a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram simples estátuas de
rapazes (kouros) e moças (korés). As figuras esculpidas apresentavam formas
lisas e arredondadas e plasmavam na pedra uma beleza ideal. Essas figuras
humanas guardavam uma grande semelhança com as esculturas egípcias, as quais,
obviamente, lhes haviam servido de modelo. Com o advento do classicismo
(séculos V e IV
a.C.), a estatuária grega foi assumindo um caráter próprio e
acabou abandonando definitivamente os padrões orientais. Foi o consciencioso
estudo das proporções que veio oferecer a possibilidade de se copiar fielmente
a anatomia humana, e com isso os rostos obtiveram um ganho considerável em
expressividade e realismo.Mais tarde introduziu-se o conceito de contrapposto -
posição na qual a escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra
livre, e o princípio do dinamismo tomou forma nas representações de atletas em
plena ação. Entre os grandes artistas do classicismo
estão: Policleto,(que criou a regra do "belo
ideal" que divide o corpo humano em 8 partes iguais. Essa regra é
utilizada até hoje nas aulas de desenho.) Miron, Praxíteles e Fídias. Contudo, não
se pode tampouco deixar de mencionar Lisipo, que, nas suas tentativas de
plasmar as verdadeiras feições do rosto, conseguiu acrescentar uma inovação a
esta arte, criando os primeiros retratos. Durante o período helênico (século
III a.C.), verificou-se uma ênfase nas formas herdadas do classicismo, e elas
foram se sofisticando. O resultado disso foi o surgimento de obras de
inigualável monumentalidade e beleza, como O Colosso de Rodes, de trinta e dois
metros de altura. É interessante esclarecer que, tanto por sua função religiosa
quanto pela sua importância como elemento decorativo, a escultura estava
estreitamente ligada à arquitetura. Isso se evidencia nas estátuas trabalhadas
nas fachadas, colunas e interiores dos templos.
Na arquitetura, não resta dúvida de que o templo foi um dos
legados mais importantes da arte grega
ao Ocidente. Suas origens devem ser procuradas no megaron
micênico. Este aposento, de morfologia bastante simples, apesar de ser a
acomodação principal do palácio do governante, nada mais era do que uma sala
retangular, à qual se tinha acesso através de um pequeno pórtico (pronaos), e
quatro colunas que sustentavam um teto parecido com o atual telhado de duas
águas. No princípio, esse foi o esquema que marcou os cânones da edificação
grega.
Foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se
configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje. No princípio, os
materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para as
colunas. Mas, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo
em desuso, sendo substituídos pela pedra. Essa inovação permitiu que fosse
acrescentada uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da
edificação, fazendo com que o templo obtivesse um ganhono que toca à
monumentalidade. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos: o dórico,
ao sul, nas costas do Peloponeso, e o jônico, a leste. Os templos dóricos eram
em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não
dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, em geral muito
simples, terminava numa moldura convexa chamada de eqüino. As colunas davam
suporte a um entablamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave
(parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entremeado de
métopas. A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira
dupla de colunas, um pouco mais estilizadas, e apresentava igualmente um fuste
acanelado e uma base sólida. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e
os frisos eram decorados em altos-relevos. Mais adiante, no período clássico
(séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois
estilos já conhecidos veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava
por um capitel típico cuja extremidade era
decorada por folhas de acanto.As formas foram se estilizando
ainda mais e acrescentou-se uma terceira fileira de colunas. O Partenon de
Atenas é a mais evidente ilustração desse brilhante período arquitetônico
grego.Na época da hegemonia helenística (séculoIII a.C.), a construção, que
conservou as formas básicas do período clássico, alcançou o ponto máximo de
suntuosidade. As colunas de capitéis ricamente decorados sustentavam frisos
trabalhados em relevo, exibindo uma elegância e um trabalho dificilmente
superáveis.
Assim,
a história da arte grega está ligada às
épocas da vida desse povo. O pré-helenismo
foi um longo período, no qual a arte estava se afirmando. Na época
arcaica , a arte tomou formas definidas. A época clássica, foi o momento da plenitude e da perfeição
artística e cultural dos gregos. O helenismo foi o momento em que os gregos já
haviam chegado à plenitude e passaram a espalhar sua arte pelo Egito, pela Ásia
Menor, pela Síria e por Roma.
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A Arte Romana
A arte romana
sofreu duas grandes influências: a da arte etrusca, popular e voltada para a
expressão da realidade vivida, e a da grego-helenística, orientada para a
expressão de um ideal de beleza. mesmo com toda influência e admiração nas concepções helenísticas a respeito da
arte, os romanos não abdicaram de um interesse muito próprio: retratar os
traços particulares de uma pessoa. O que acabou ocorrendo foi uma acomodação
entre a concepção artística romana e a grega.
A arte dos
romanos revela-nos um povo possuidor de um grande espírito prático: por toda
parte em que estiveram, estabeleceram colônias, construíram casas, templos,
termas, aquedutos, mercados e edifícios governamentais.
Embora não haja dúvida de que as obras arquitetônicas
romanas tenham resultado da aplicação das proporções gregas à arquitetura de
abóbadas dos etruscos, também é certo que lhes falta um caráter totalmente
próprio, um selo que as distinga. Para começar, a partir do século II a.C., os
arquitetos da antiga Roma dispunham de dois novos materiais de construção. Um
deles, o opus cementicium - uma espécie de concreto armado - era um material
praticamente indestrutível.Do outro lado estava o opus latericium, o ladrilho,
que permitia uma grande versatilidade. Combinado com o primeiro material, ele
oferecia a possibilidade de se construírem abóbadas de enormes dimensões e,
apesar disso, muito leves.Os romanos também modificaram a linguagem
arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos
estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção:
os estilos toscano e composto.A evolução da arquitetura romana reflete-se
fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das
obras particulares. As primeiras (por exemplo, templos, basílicas, anfiteatros,
arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos)
eram obras que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um
conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades.
Por outro lado, as segundas, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da
classe patrícia, se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em
seus arredores, com uma decoração faustosa e distribuídas em torno de um
jardim. A plebe, ao invés disso, vivia em construções de vários pavimentos
chamados de insulae, muito parecidos com nossos atuais edifícios, com portas
que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambiente nesses
recintos. Seus característicos tetos de telha de
barro cozido ainda subsistem em pleno século XX. A
engenharia civil merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos que
ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa
até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar
vazão à água servida e aos dejetos das casas. O conceito de grande urbe que
tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em nossos
dias.
A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à
arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século
II a.C., na época da república, disseminou-se entre as famílias patrícias,
empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de mandar que se fizessem
imitações da opulenta decoração de templos e palácios, tanto na casa em que
viviam quanto naquela em que passavam o verão. Graças a um bem-sucedido efeito
ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas que davam acesso a
aposentos inexistentes.Com o tempo, aproximadamente na metade do império, esse
costume deixou de ser moda e foi se atenuando, até que as grandes pinturas
murais acabaram tendo reduzidas suas dimensões, para transformarem-se
finalmente em pequenas imagens destinadas a obter efeitos decorativos. o
mosaico foi o outro grande favorito na decoração de interiores romana. Os temas
prediletos para a aplicação dessa complicada e minuciosa técnica foram, por um
lado, o retrato, que podia ser bem pessoal ou apresentar um caráter familiar,
e, por outro, as onipresentes cenas mitológicas, além das paisagens rurais ou
das marinhas, com sua fauna e flora.
Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras
totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega. Diante
da impossibilidade de transportar as obras mais valiosas de Fídias, Policleto
ou Praxítenes, eles tomavam providências no sentido de que seus próprios
escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de
copistas. Pode-se dizer que quase todas elas logo atingiram um excelente nível
de realização. Desse modo, a arte estatuária do Império compensou com
quantidade sua falta de originalidade. Encontrando na escultura a maneira ideal
de perpetuar a história e seus protagonistas, proliferaram no âmbito dessa arte
romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas eqüestres de imperadores
e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à
categoria de deuses. Cláudio, por exemplo, fez-se esculpir com os atributos de
Júpiter, e Augusto se fez retratar com seus galões
militares, afundado numa armadura que deixava entrever os
músculos do Doríforo de Policleto.
Os imperadores romanos começaram a enfrentar tanto lutas
internas pelo poder quanto a pressão dos povos bárbaros que, cada vez mais,
investiam contra as fronteiras do império. Era o começo da decadência do
Império romano que, no século V, perde o domínio do seu território do Ocidente
para os germânicos.
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A Arte Cristã Primitiva
Após a morte
de Jesus Cristo, seus discípulos passaram a divulgar seus ensinamentos.
Inicialmente, essa divulgação restringiu se à Judéia, província romana onde
Jesus viveu e morreu, mas depois, a comunidade cristã começou a dispersar se
por várias regiões do Império Romano.
No ano de 64,
no governo do Imperador Nero, deu se a primeira grande perseguição aos
cristãos. Num espaço de 249 anos, eles foram perseguidos mais nove vezes; a
última e a mais violenta dessas perseguições ocorreu entre 303 e 305, sob o
governo de Diocleciano.
A arte das catacumbas
Por causa
dessas perseguições, os primeiros cristãos de Roma enterravam seus mortos em
galerias subterrâneas, denominadas catacumbas. Dentro dessas galerias, o espaço
destinado a receber o corpo das pessoas era pequeno. Os mártires, porém, eram
sepultados em locais maiores que passaram a receber em seu teto e em suas
paredes laterais as primeiras manifestações da pintura cristã.
Inicialmente essas
pinturas limitavam-se a representações dos símbolos cristãos: a cruz símbolo do sacrifício de Cristo; a
palma símbolo do martírio; a
âncora símbolo da salvação; e o
peixe o símbolo preferido dos artistas
cristãos, pois as letras da palavra "peixe", em grego (ichtys),
coincidiam com a letra inicial de cada uma das palavras da expressão lesous
Chrastos, Theou Yios, Soter, que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus,
Salvador"
Essas pinturas cristãs também evoluíram e, mais tarde,
começaram a aparecer cenas do Antigo e do Novo Testamento. Mas o tema predileto
dos artistas cristãos era a figura de Jesus Cristo, o Redentor, representado
como o Bom Pastor.
É importante notar que essa arte cristã primitiva não era
executada por grandes artistas, mas por homens do povo, convertidos à nova
religião. Daí sua forma rude, às vezes grosseira, mas, sobretudo muito simples
A arte e o Cristianismo oficial
As perseguições
aos cristãos foram aos poucos diminuindo até que,em 313, o Imperador
Constantino permitiu que o cristianismo fosse livremente professado e converteu
se à religião cristã. Sem as restrições do governo de Roma, o cristianismo
expandiu se muito, principalmente nas cidades, e, em 391, o Imperador Teodósio
oficializou o como a religião do Império.
Começaram a surgir
então os primeiros templos cristãos. Externamente, esses templos mantiveram as
características da construção romana destinada à administração da justiça e
chegaram mesmo a conservar o seu nome - basílica. Já internamente, como era
muito grande o número de pessoas convertidas à nova religião, os construtores
procuraram criar amplos espaços e ornamentar as paredes com pinturas e mosaicos
que ensinavam os mistérios da fé aos novos cristãos e contribuíam para o
aprimoramento de sua espiritualidade. Além disso, o espaço interno foi
organizado de acordo com as exigências do culto.
A basílica de
Santa Sabina, construída em Roma entre 422 e 432, por exemplo, apresenta uma
nave central ampla, pois aí ficavam os fiéis durante as cerimônias religiosas.
Esse espaço é limitado nas laterais por uma seqüência de colunas com capitel
coríntio, combinadas com belos arcos romanos. A nave central termina num arco,
chamado arco triunfal, e é isolada do altar-mor por uma abside, recinto
semicircular situado na extremidade do templo. Tanto o arco triunfal como o
teto da abside foram recobertos com pinturas retratando personagens e cenas da
história cristã.
O Cristianismo e a Arte
Toda essa arte
cristã primitiva, primeiramente tosca e simples nas catacumbas e depois mais
rica e amadurecida nas primeiras basílicas, prenuncia as mudanças que marcarão
uma nova época na história da humanidade.
Como vimos, a arte cristã que surge nas
catacumbas em Roma não é feita pelos grandes artistas romanos, mas por simples
artesãos. Por isso, não tem as mesmas qualidades estéticas da arte pagã. Mas as
pinturas das catacumbas já são indicadoras do comprometimento entre a arte e a
doutrina cristã, que será cada vez maior e se firmará na Idade Média.
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A Arte Bizantina
Em 395, o
Imperador Teodósio dividiu em duas partes o imenso território que dominava: o
Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente
O Império Romano
do Ocidente, que ficou com a capital em Roma, sofreu sucessivas ondas de
invasões bárbaras até cair completamente em poder dos invasores, no ano de 476,
data que marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média. Já o Império
Romano do Oriente, apesar das contínuas crises políticas que sofreu, conseguiu
manter sua unidade até 1453, quando os turcos tomaram sua capital,
Constantinopla. Teve início então um novo período histórico: a Idade Moderna.
Constantinopla
foi fundada pelo Imperador Constantino, em 330, no local onde ficava Bizâncio,
antiga colônia grega. Por causa de sua localização geográfica entre a Europa e
a Ásia, no estreito de Bósforo, esta rica cidade foi palco de uma verdadeira
síntese das culturas greco-romana e oriental. Entretanto, o termo
bizantino,derivado de Bizâncio, passou a ser usado para nomear as criações
culturais de todo o Império do Oriente, e não só daquela cidade.
O Império Bizantino como acabou sendo denominado o Império
Romano do Oriente alcançou seu apogeu
político e cultural durante o governo do Imperador Justiniano, que reinou de
527 a 565.
A afirmação do
cristianismo coincidiu historicamente com o momento de esplendor da capital do
Império Bizantino. Por isso, ao contrário da arte cristã primitiva, que era
popular e simples, a arte cristã depois da
oficialização do cristianismo assume um caráter majestoso,
A Arte bizantina
tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta do imperador, considerado
sagrado, representante de Deus e com poderes temporais e espirituais.
Para que a arte
atingisse melhor esse objetivo, uma série de convenções foram estabelecidas,
tal como na arte egípcia. Uma delas foi a frontalìdade, pois a postura rígida
da figura leva o observador a uma atitude de respeito e veneração pelo
personagem representado. Por outro lado, quando o artista reproduz frontalmente
as figuras, ele mostra um respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas
personagens sagradas seus senhores e protetores. Além da frontalidade, outras
regras minuciosas foram estabelecidas pelos sacerdotes para os artistas,
determinando o lugar de cada personagem sagrado na composição e indicando como
deveriam ser os gestos, as mãos, os pés, as dobras das roupas e os símbolos.
Enfim, tudo que poderia ser representado estava rigoosamente determinado.
As
personalidades oficiais e os personagens sagrados passaram também a ser
retratados de forma a trocar entre si seus elementos caracterizadores. Assim, a
representação de personalidades oficiais sugeria que se tratava de personagens
sagrados. O Imperador Justiniano e aImperatriz Teodora, por exemplo, chegaram a
ser representados na igreja de São Vital com a cabeça aureolada, símbolo usado
para caracterizar as figuras sagradas, como Cristo, os santos e os apóstolos.
Os personagens sagrados, por sua vez, eram reproduzidos com as características
das personalidades do Império. Cristo, por exemplo, aparecia como um rei e Maria
como uma rainha. Da mesma forma, nos mosaicos, a procissão de santos e
apóstolos aproximava se de Cristo ou de Maria de forma solene, como ocorria na
realidade com o cortejo do Imperador nas cerimônias da corte.
Esse caráter
majestoso da arte bizantina pode ser observado também na arquitetura como nos
mosaicos e nas pinturas que decoram o interior das igrejas.
As igrejas que
revelam uma arte mais madura são as da época de Justiniano. A combinação
perfeita de arcos, colunas e capitéis fornece os elementos de uma
arquitetura adequada para apoiar
mármores e mosaicos que, com seu rico colorido, fazem lembrar a arte do
Oriente.
Depois da morte
do Imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades políticas para que
o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império Bizantino sofreu
períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o fim da
Idade média, quando Constantinopla foi invadida pelos turcos.
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Referências bibliográficas
Proença, Graça. História da Arte, Ática, São Paulo, 1990
Marchesi, Isaías. Atividades de educação artística, Ática,
São Paulo, 2000
Gombrich, E. H., História da arte, Círculo do livro, São
Paulo
Cantele, Bruna R., Arte etc. e tal..., IBEP, São Paulo
Enciclopédia Multumídia da Arte Universal
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