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domingo, 16 de novembro de 2014

GRAÇAS À RÃ MAINU - conto africano



GRAÇAS À RÃ MAINU ( Conto Africano)

Quando o filho de Kimanaueza chegou à idade de casar, o pai perguntou.-lhe se queria escolher a noiva. Mas ele deu uma resposta surpreendente:
– Não me casarei com uma mulher da terra, só casarei com a filha do senhor SOL e da senhora LUA.
– E como pensas pedi-la em casamento?
– Cá me hei de arranjar.
O rapaz escreveu uma carta e foi pedir a um veado que a levasse. Ele recusou:
– Sendo um animal terrestre, não posso levar ao céu a carta.
– Tens razão, vou arranjar outro mensageiro.
Depois de falar com o antílope que lhe deu uma resposta semelhante à do veado, o rapaz procurou quem pudesse voar. Teve uma conversa com o falcão, que ainda agitou as asas mas desistiu:
– Desculpa, não te posso valer. O céu é muito alto.
Quanto ao abutre, foi mais direto:
– Nem penses. O fôlego só me permite ir até meio caminho.
Desconsolado o rapaz guardou a carta. Acontece que a notícia daquele estranho desejo já se tinha espalhado pela aldeia e chegou aos ouvidos da rã Mainu, que resolveu oferecer os seus serviços. O rapaz ficou admirado e até zangado:
– Como te atreves a dizer que vais ao céu se aqueles que possuem asas garantem que não é possível!
– Dá-me a carta e eu levo-a - insistiu a rã Mainu.
Ele aceitou com maus modos.
– Toma. Mas olha que se não cumprires o combinado, levas uma sova.

A rã não ficou nada aflita. Dirigiu-se ao poço onde o povo do Sol e da Lua costumava abastecer-se de água, prendeu a carta na boca, desceu e ficou quieta. As pessoas esperadas não tardaram e logo que lançaram o balde à água a rã entrou disfarçadamente e assim viajou até ao céu sem ninguém saber. Chegando ao destino, deu um pulo e foi colocar a carta no quarto do rei Sol e da senhora Lua. Eles ficaram muito admirados quando leram a carta, mas aceitaram o pedido. A rã Mainu regressou a casa pelo mesmo processo. A noiva desceu à terra deslizando por um fio especial tecido pela aranha que servia o rei. O rapaz casou com a filha do senhor Sol e da senhora Lua, foram felizes para sempre e tudo graças à inteligência viva da rã Mainu.

sábado, 15 de novembro de 2014

CONTO AFRICANO: ESTOU VOLTANDO

Conto Africano:


Estou voltando


 Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes para agradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o bater das ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos que o agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento uma longa batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu.Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação.Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por um golpe. Tudo se transformou em trevas. Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Ainda zonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraram incrédulos sobre o que estava acontecendo. Seus olhos cheios de medo indagavam. Passos e risos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar.Dias depois, já em terra firme, ele é tratado e vendido como um animal. Com o coração cheio de “banzo” ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foram recebidos pelo proprietário e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisou expressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe; foi capturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu não duas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer. Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foi testemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a se entregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. A Sinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que lhe cortassem os mamilos para que não pudesse aleitar. O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminho encontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeia fortificada – um quilombo – estava sendo mantida e protegida por escravos. Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor da cultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com o menino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos, estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas. Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiram efeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A Lei Eusébio Queiroz; a do Ventre-Livre, a do Sexagenário e, finalmente, a Lei Áurea. A juventude se foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos.Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade caminhou solitário até a praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus pais sendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram...No coração do silêncio suas palavras lentamente ecoaram: “Estou voltando... Estou voltando...”





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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O MACACO E O HIPOPÓTAMO – Fábulas Africanas

O MACACO E O HIPOPÓTAMO – Fábulas  Africanas

                         
                          Em uma época muito antiga, quando as bananeiras produziam poucas bananas, existiam numerosos macacos.Havia um deles chamado Travesso, que morava nas margens do rio.
O macaco Travesso possuía um grupo de bananeiras que lhe proporcionavam frutos suficientes para a sua alimentação, o que lhe trazia satisfação e orgulho porque os seus frutos eram os mais saborosos da região. No rio habitava o hipopótamo Ra-Ra, que era o rei daquelas paragens. A corpulência desse animal era notável e tão grande a sua boca, que podia tragar seis macacos de uma só vez. Além disso, gostava imensamente de bananas e, especialmente as da propriedade de Travesso. Ra-Ra resolveu roubar-lhe as bananas, apesar de não ser um ato muito bonito para um rei.
Ordenou então a todos os papagaios que as trouxessem para a sua residência. Entretanto, o macaco não arredava pé do seu grupo de bananeiras, a fim de impedir que desaparecessem, furtados, os seus preciosos frutos. Os papagaios logo encontraram este obstáculo sério e recorreram à astúcia para cumprir as ordens do rei. Após uma conferência de várias horas estudando diversas soluções para resolver eficientemente o problema do roubo, concordaram em dizer ao macaco  que seu irmão estava muito doente e desejava vê-lo. Quando Travesso recebeu a notícia, bom irmão que era, foi depressa procurar seu irmão doente. Verificou logo que aquilo não era verdade. Seu irmão estava gozando de boa saúde e, suspeitando imediatamente do que se tratava, voltou a toda pressa para perto de suas bananeiras. Uma surpresa dolorosa o aguardava. Não ficara nem uma banana para semente. Enquanto lamentava sua perda aproximou–se um papagaio, dizendo-lhe:
— Oh!, irmão Travesso! Sabes que Ra-Ra, o hipopótamo, nos obrigou a roubar-te as bananas e depois não nos quis dar uma só!
— Ah! E’ assim? Então espera… Irei à casa de Ra-Ra e tirar-lhe-ei as minhas bananas! — exclamou o macaco.
A serpente» que é um animal invejoso, cheio de defeitos, dos quais o pior é o espírito de intriga, passou por ali por acaso quando o macaco falava e, ato contínuo, foi contar tudo ao hipopótamo.
— Está bem! — disse Ra-Ra. — Em tal caso ordeno ao Travesso que compareça aqui quanto antes.
A Serpente voltou ao lugar em que vivia Travesso e lhe deu a ordem de Ra-Ra, de modo que o macaco se pôs a tremer, pois, não era tão valente como as suas palavras pareciam revelar. Era preciso obedecer e quando se dispunha a fazer a desagradável visita ao hipopótamo, ocorreu-lhe uma idéia. Preparou com o maior cuidado uma boa quantidade de visgo, a cola que usava para caçar passarinhos, e untou-se com êle muito bem. Feito isto encaminhou-se para a casa de Ra-Ra, à margem do rio.
— Disseram-me — disse-lhe o hipopótamo, ao vê-lo — que ameaçaste de vir recobrar tuas bananas. É certo que o disseste?
— De modo algum, senhor — respondeu Travesso. — Tanto minhas frutas como eu mesmo estamos à sua disposição.
O papagaio combinou com o macaco...
— Bem, fico muito satisfeito em ouvir estas palavras. Sem dúvida, quiseram fazer intriga e contaram-me essa mentira. Senta-te. Porém, procura fazê-lo de frente para mim e sem tocar em nenhuma das bananas que estão atrás de ti.
Assim fêz Travesso, apoiando çom força as costas, inteiramente untadas, contra as bananas.
— Disseram-me que sabes muitas histórias. Queres contar-me uma?
O macaco dispôs-se a satisfazer o desejo de seu soberano e lhe contou uma história muito interessante. Enquanto isso não se esquecia de esfregar o corpo contra as bananas afim de que aderisse às suas costas o maior número delas. Terminado o conto , Ra-Ra disse-lhe:
— Obrigado. Podes sair, mas toma cuidado para saíres de frente para mim. Assim se deve fazer diante de um rei.
Nada podia favorecer melhor o macaco, que estava com as costas cheias das bananas que a elas se haviam colado.
O macaco viu o hipopótamo. Quando se viu fora da casa do hipopótamo, pôs-se a correr, ocultando-se. Os papagaios não tardaram a descobrir a astúcia do macaco e foram correndo contar a Ra-Ra. O hipopótamo, ao tomar conhecimento da notícia, teve tão grande ataque de raiva que virou de barriga para o ar, morrendo instantaneamente. Então, os animais reuniram-se e, diante da inteligência do macaco, resolveram aclamá-lo soberano. Ficou muito conhecido por sua esperteza e deram-lhe, então, o nome de Sua Majestade Travesso I, o Esperto. E o seu governo foi sábio e prudente, durante anos e anos.

(Trad. e Adapt. Leoncio de Sá Ferreira.)


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

terça-feira, 26 de agosto de 2014

MÁSCARAS COM INSPIRAÇÃO AFRICANA

Máscaras com inspiração africana


Feitas com material reciclado como papelão, jornal entre outros.
Muito fácil de fazer com alunos a partir do 4º ano. Ficam muito lindas.
Material: cola, tesoura, tinta têmpera, lápis, jornais ou revistas velhas, papelão grosso, rolinhos de papel higiênico e outros materiais reciclados. 


terça-feira, 12 de novembro de 2013

KIRIKU E A FEITICEIRA-resenha sobre o filme

KIRIKU E A FEITICEIRA - resenha sobre o filme

                               


    O filme Kirikú e a Feiticeira de produção Francesa, conta a história de um Menino inteligente, guerreiro, que morava em uma aldeia indígena, em Senegal, África.
         O destaque do filme é de uma personagem heróica que nasceu para lutar contra uma feiticeira do mal. Com características adultas, manifestando inteligência, coragem, esperteza, sabedoria, pois é um menino. A Mãe compreensiva e sempre do seu lado. Existia na aldeia um contador de histórias medroso. Os moradores da aldeia zombavam de Kirikú e  depois reconheceram o seu valor. A mãe lhe falou de um sábio da montanha o seu avô que iria lhe dar conselhos, pois ele representava serenidade, é caridoso e nobre. A Rainha Karabá uma feiticeira poderosa, má e linda, vivia fora da aldeia. Ninguém sabia que ela sofria muito.
         Kirikú, apesar de pequeno procurou com todas as suas forças acabar com o mal, procurou de todo jeito salvar a aldeia da feiticeira do mal, usando a sua inteligência, descobre que a feiticeira tinha um problema e vivia em grande sofrimento, e indagava muito porque ela é malvada, pois o sábio lhe informou tudo sobre ela.
         Na aldeia as pessoas eram medrosas, inseguras, alimentavam falta de esperança, em Kirikú não havia medo e ele sempre salvando a aldeia dos perigos da feiticeira do mal. Com isto observamos que o mal sempre estará ao redor onde você vive, devemos perceber tudo que nos cerca e com sabedoria virá o livramento.
         Kirikú procurou de todas a s formas vencer o mal com o bem, mesmo sendo muito criticado pela aldeia, observa-se que os homens procuraram a defesa da aldeia e não conseguiram pois a violência gera a morte, Kiriku com a sua inteligência procurou transmitir a aldeia que não tivessem medo e que ele iria fazer de tudo para desfazer as maldades da feiticeira. Ele tão pequeno que era mais tinha um coração grande, tinha alta confiança, sempre de olho no futuro e com a verdade iria vencer.
          Kiriku, procurou estratégias e encontrou como vencer a feiticeira, orientado, aconselhado  pelo seu avo, na montanha, sobre o sofrimento de karaba e ele usando de esperteza conseguiu dobra-la, aliviando as dores dela, retirando o feitiço sendo libertada do mal. Resolvendo o problema da aldeia, através do feitiço quebrado ele cresceu e casou-se com  karaba,os homens foram libertos, a luz clareou a floresta, a aldeia, era celebrado vitórias em nome de kirikú era festejado, era um herói, a sua mãe, avo, e  seu pai celebravam cantando a sua coragem, sabedoria do novo rei da aldeia e assim todos os que foram contra o pequeno Kiriku valorizavam agora as suas atitudes, kariba libertada e kiriku o grande.
         Na  vida passamos por tudo que houve na aldeia devemos construir uma vida saudável regida pelo amor, generosidade e tolerância , pois na vida real nem todos são bons e maus. A realidade Política de hoje demonstra atitudes incoerentes, exemplos ruins afetando só aqueles que se deixam levar; mais vamos mudar com as nossas atitudes, foi o que kiriku fez com as suas atitudes mudou a vida da aldeia, tanto política como religiosa e assim houve valorização da sua pessoa.. o filme tenha vários contextos filosóficos com bastantes perguntas, respostas, indagações, reflexões, kiriku perguntava muito a sua mãe e ao avô e ia amadurecendo no cotidiano o seu avô era um bom conselheiro, diferente do contador de historia que era submisso a feiticeira, pois não havia um conselheiro na aldeia porem não era sincero para as crianças.
          No filme aprendemos a agir no tempo certo, o amor que kiriku tinha pela aldeia, a mãe um grande exemplo de amor e paciência, o desejo de vencer a batalha contra o mal, mudanças de vidas e o conhecimento pratico na vida.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O SAPO E A COBRA- lenda africana

 O SAPO E A COBRA-lenda africana

O SAPO E A COBRA -Lenda africana

Lenda africana
(Esta fábula do folclore africano faz- nos refletir sobre como o mundo seria melhor sem os preconceitos que afastam as pessoas.)

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Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho.
- Alô! Que é que você está fazendo estirada na estrada?
- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma cobrinha, e você?
- Um sapo. Vamos brincar?
E eles brincaram a manhã toda no mato.
- Vou ensinar você a pular.
E eles pularam a tarde toda pela estrada.
- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco.
Eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.
- Obrigada por me ensinar a pular.
- Obrigado por me ensinar a subir na árvore.
Em casa, o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar.
- Quem ensinou isso para você?
- A cobra, minha amiga.
- Você não sabe que a família Cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem.
Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.
- Quem ensinou isso para você?
- O sapo, meu amigo.
- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu bem com a família Sapo? Da próxima vez, agarre o sapo e... Bom apetite! E pare de pular. Nós cobras não fazemos isso.
No dia seguinte, cada um ficou na sua.
- Acho que não posso rastejar com você hoje.
A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: "Se ele chegar perto eu pulo e devoro ele. "
Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o sapinho.
Suspirou e deslizou para o mato.
Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos.
Mas ficavam sempre no sol, pensando no único dia em que foram amigos.

Lenda africana.

UM CONTO AFRICANO: A TARTARUGA E O ELEFANTE

UM CONTO AFRICANO: A TARTARUGA E O ELEFANTE


RECONTO DE ROBSON A. SANTOS ( É MESTRE EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA, EDUCADOR BRINCANTE, PEDAGOGO, FOLCLORISTA, ESCRITOR E CONTADOR DE HISTÓRIAS. CONTATOS: PROFESSORROBSON@UOL.COM.BR)


LÁ PELAS TERRAS DISTANTES DA ÁFRICA, NA REGIÃO DO BENIN, AS MÃES CONTAM ESTA HISTÓRIA PARA SEUS FILHOS. ESTA HISTÓRIA CHEGOU AO BRASIL NO COLO DE UMA BONECA AFRICANA (NÃO ME PERGUNTEM COMO, SÓ SEI QUE FOI ASSIM QUE ACONTECEU). PRESTEM ATENÇÃO NA HISTÓRIA QUE EU VOU CONTAR!
CERTA VEZ, A TARTARUGA, QUE ERA MUITO ASTUTA E ARTEIRA, RESOLVEU PREGAR UMA PEÇA NO ELEFANTE. ESPALHOU PARA TODOS DA CIDADE QUE ELA CHEGARIA AO POVOADO MONTADO NAS COSTAS DO ELEFANTE, COMO SE ELE FOSSE O SEU CAVALO. TODOS RIRAM E ACHARAM QUE DESTA VEZ A TARTARUGA LEVARIA A PIOR.
COM UM PLANO NA CABEÇA, A TARTARUGA FOI ATÉ A FLORESTA PROCURAR O ELEFANTE QUE SE ENCONTRAVA CALMAMENTE TOMANDO SEU BANHO MATINAL.
- OLÁ, COMPADRE ELEFANTE! MUITO BOM DIA! SABE O QUE ANDAM DIZENDO DE VOCÊ LÁ NO POVOADO?
- BOM DIA, COMADRE TARTARUGA. NÃO SEI" O QUE ANDAM DIZENDO?
- QUE VOCÊ NÃO ENTRA LÁ PORQUE É MUITO GRANDE E DESAJEITADO E TEM MEDO DE ESTRAGAR ALGUMA COISA.
- ORA, MAS QUE DESAFORO. NÃO ENTRO LÁ PORQUE NEM SEI COMO CHEGAR AO POVOADO.
- POIS VAMOS RESOLVER ISSO AGORA! EU TE MOSTRO O CAMINHO. ASSIM QUANDO VOCÊ CHEGAR LÁ TODOS FICARÃO COM A CARA NO CHÃO. O ELEFANTE ACEITOU A OFERTA E SE PÔS A SEGUIR A TARTARUGA ATÉ O POVOADO. ANDARAM BASTANTE ATÉ QUE A MALANDRA DISSE:
- AI, COMPADRE, ESTOU MUITO CANSADA. BEM QUE VOCÊ PODIA ME DAR UMA CARONA EM SUAS COSTAS, NÉ? PELO SEU TAMANHO NEM VAI SENTIR MEU PESO. E O ELEFANTE COLOCOU A TARTARUGA EM SUAS COSTAS E CHEGOU À ENTRADA DO POVOADO.
- OLHA, COMPADRE, VAMOS FAZER UMA BRINCADEIRA COM A GENTE DO POVOADO. QUANDO EU COÇAR SUAS COSTAS VOCÊ CORRE E QUANDO EU COLOCAR MINHAS UNHAS EM SUAS COSTAS, VOCÊ EMPINA E COM ISSO TODOS FICARÃO DESLUMBRADOS.
E O ELEFANTE ACEITOU O COMBINADO E ASSIM FIZERAM ENTRE CORRIDAS E PULOS PELAS RUAS DO POVOADO. TUDO IA BEM, COM OS DOIS RINDO À VONTADE, ATÉ QUE A TARTARUGA DEIXOU ESCAPAR:
- NÃO FALEI QUE ENTRARIA NO POVOADO MONTADO EM MEU CAVALINHO? -E RIA PARA TODOS QUE A OLHAVAM ESPANTADOS.
- EI! - DISSE O ELEFANTE - POR ACASO EU SOU O SEU CAVALINHO? VOCÊ ME ENGANOU!
E PEGOU A TARTARUGA COM SUA TROMBA E COMEÇOU A AMEAÇÁ-LA:
- POIS AGORA EU VOU TE JOGAR NAQUELE PEDREIRA E VOCÊ VAI VER SÓ!
- PODE ME JOGAR QUE EU TENHO A CASCA DURA E NADA VAI ME ACONTECER.
- AH É! POIS ENTÃO VOU TE JOGAR NAQUELA LODAÇAL, NO MEIO DA LAMA...
- NA LAMA NÃO, POR FAVOR. NA LAMA NÃO, QUE TENHO MEDO DE ME AFOGAR.
- POIS É PARA LÁ QUE VOCÊ VAI!
E JOGOU A TARTARUGA NA LAMA. NA MESMA HORA EM QUE ELA AFUNDOU, JÁ SUBIU RINDO DA CARA DO ELEFANTE.
- AQUI É O LUGAR ONDE EU GOSTO DE FICAR.
E RIA DA CARA DO ELEFANTE. ELE BEM QUE TENTOU PISAR NELA, MAS SÓ CONSEGUIU SUJAR SUAS PATAS. ELE PISAVA DE UM LADO, ELA APARECIA DO OUTRO. ELE PISAVA DO OUTRO LADO E ELA APARECIA EM OUTRO LUGAR. FEZ ISSO UM TEMPÃO ATÉ QUE SE CANSOU E VOLTOU PARA A FLORESTA, DE CABEÇA BAIXA.
QUANDO CHEGOU À FLORESTA CONTOU PARA OS OUTROS ELEFANTES O QUE AHVAIA ACONTECIDO E ELES AINDA RIRAM DELE, DIZENDO QUE ELE NÃO DEVIA TER CONFIADO NA TARTARUGA.
E DESDE ENTÃO ELEFANTES E TARTARUGAS NÃO SÃO LÁ MUITO AMIGOS E DEPOIS DESSA PRESEPADA OS ELEFANTES QUASE NEM APARECEM NO POVOADO, POIS FICARAM COM VERGONHA.